CANABIS E ATAQUES CARDIACOS: CULPA DO FUMO OU DOS CANABINOIDES?
by Eunice Veloso on Apr 24, 2025
Diversos estudos apontam uma forte correlação entre o consumo de canábis e um risco aumentado de ataques cardíacos. No entanto, essa relação levanta, de imediato, algumas questões importantes:
- Esses estudos consideram maioritariamente indivíduos que consomem canábis por via fumada?
- Se sim, o risco estará associado principalmente ao processo de inalação e aos subprodutos da combustão, ou os canabinoides, por si só, exercem uma influência direta sobre o sistema cardiovascular?
- A incidência de ataques cardíacos é semelhante entre fumadores de canábis, tabaco ou outras formas, como cachimbo?
- Quando o consumo de canabinoides — como o CBD ou o THC — ocorre por outras vias que não envolvem fumar, esses compostos, isolados ou combinados, apresentam o mesmo grau de risco cardíaco?
Vamos explorar mais a fundo essas questões.
1. O risco está associado ao consumo inalado?
A maioria dos estudos analisou consumidores que fumam canábis, o que levanta a questão: será o risco devido à combustão ou aos compostos da planta?
Sim, muitos estudos concentram-se em indivíduos que consomem canábis através da inalação. A combustão da planta libera substâncias tóxicas, como monóxido de carbono e partículas finas, que podem afetar negativamente o sistema cardiovascular
Embora fumar introduza substâncias nocivas no organismo, evidências sugerem que o risco cardiovascular persiste independentemente da forma de consumo. Por exemplo, um estudo recente indicou que o uso diário de canábis — predominantemente fumada — está associado a um aumento de 25% na probabilidade de ataque cardíaco e 42% de AVC, em comparação com não usuários.
2. O risco é semelhante entre fumadores de canábis, tabaco ou cachimbo?
O risco cardiovascular pode variar dependendo da substância e do método de consumo. Fumadores de canábis podem enfrentar riscos adicionais devido aos efeitos específicos do THC no sistema cardiovascular

3. Os canabinoides THC e CBD têm efeitos diferentes no coração?
O THC, principal composto psicoativo da canábis, tem sido associado a efeitos adversos no sistema cardiovascular.O THC pode aumentar a frequência cardíaca e a pressão arterial.
Pesquisas indicam que o THC pode causar inflamação nas células endoteliais dos vasos sanguíneos e promover aterosclerose, contribuindo para doenças cardíacas.
Por outro lado, o CBD, outro canabinoide presente na planta, não parece ter os mesmos efeitos prejudiciais. Alguns estudos sugerem que o CBD pode até ter propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, potencialmente oferecendo efeitos protetores ao sistema cardiovascular. No entanto, mais pesquisas são necessárias para confirmar esses benefícios e entender completamente seus impactos.
4. O consumo de canabinoides por outras vias apresenta o mesmo risco?
O consumo de canabinoides como o THC e o CBD por vias não fumadas, como ingestão oral, pode reduzir os riscos associados à inalação.
No entanto, o THC ainda pode afetar negativamente o coração, enquanto o CBD tem mostrado potencial para reduzir a pressão arterial e a inflamação, embora mais pesquisas sejam necessárias para confirmar esses efeitos.
5. Conclusão
A relação entre canábis e saúde cardiovascular é complexa. Enquanto o THC tem sido associado a riscos aumentados, o CBD pode oferecer efeitos benéficos, embora mais estudos sejam necessários. Além disso, o risco não se limita ao consumo fumado, estendendo-se a outras formas de uso. Portanto, é essencial que os usuários estejam informados sobre os potenciais riscos e consultem profissionais de saúde ao considerar o uso de canábis.
REFERÊNCIAS e ARTIGOS RELACIONADOS:
Escrito com a ajuda da IA
https://www.acc.org/About-ACC/Press-Releases/2025/03/17/15/35/Cannabis-Users-Face-Substantially-Higher-Risk
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2452302X24004595
AVISO: ESTE ARTIGO NÃO TEM NENHUMA PRETENSÃO DE SER UM CONSELHO DE SAÚDE, É MERAMENTE INFORMATIVO, PELO QUE QUAISQUER INICIATIVAS QUE TENHA, RELATIVAMENTE À CANABIS MEDICINAL, DEVEM PASSAR SEMPRE PELO CONSELHO DO SEU MÉDICO ASSISTENTE.